A despedida

Imponente, a orelhuda, como é conhecida a taça da Liga dos Campeões da Europa, aguarda o resultado à beira do gramado palco da decisão entre Barcelona e Juventus.

Em campo, Messi, Neymar e Suarez enfrentam Teves, Pogba e Moratta em um jogo disputadíssimo e extremamente bem jogado. Nenhuma dessas atrações, contudo, roubou mais minha atenção do que dois jogadores que entram em campo como coadjuvantes, mas mereceriam o papel principal.

O título, a taça, o show são de extrema importância. Digo isso antes que me julguem mal. Mas como admirador da história – aquela que nos motiva e nos deixa saudade – ficava atento a outros elementos.

Meus olhos procuravam o meio campista Pirlo em campo. Um dos raros capazes de dominar o meio de campo inteiro de um jogo de futebol. Mais avançado, mais recuado, centralizado ou pela pontas, Pirlo se despediu do futebol competitivo em grande atuação e temporada, como toda sua história.

O outro grande destaque para meus olhos só entraria nos últimos 20 minutos de jogo. Xavi comandou diversas gerações vencedoras no Barcelona. Desde Ronaldinho Gaúcho até o trio sul-americano. Xavi e Pirlo desfilam em campo e por um momento eu não quero que o jogo acabe.

Não ligo se a taça ficar sem dono e a Liga dos Campeões ficar sem um campeão, mas esse jogo não podia acabar. Meu coração apaixonado por futebol não consegue se despedir de dois dos maiores meio campista da minha geração.

O apito final soa no estádio lotado. Os jogadores do Barcelona comemoram a vitória por dois a um e o título. Andando, Pirlo deixa o meio de campo e se dirige para a lateral do gramado... chorando.

A Europa sentirá saudade desses dois maestros do futebol e eu... Ah, eu não sei mais o que dizer. Minha despedida fica assim, como a de Pirlo, chorando.

Felipe Santos é jornalista, formado, e colaborador do O Papo Certo!

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