Luxa e o espelho brasileiro
- Ricardo Moura
- 26 de mai. de 2015
- 2 min de leitura
Elogiar Vanderlei Luxemburgo é sempre complicado. Parece que o treinador gosta de andar em uma corda bem fina e, por mais que a gente torça, ele sempre cai do lado mais sujo.

Luxemburgo foi demitido. Normal, demissão é um direito do empregador. O trabalho não rende, o serviço não está bem feito, o vendedor parou de vender ou o empregado tem algum atitude que vá contra as normas da empresa, que seja, a defesa de quem contrata é a demissão.
Assim sendo, pedir demissão também é direito. Se Luxa achava que a equipe não tinha condições, que os administradores do clube limitavam sua capacidade ou que por algum motivo algo estava errado, poderia, primeiro, não ter aceitado a renovação em dezembro, ou ter saído em janeiro (proposta do Internacional) ou mês passado (proposta do São Paulo).
O mais interessante em toda essa história é o passado dela. O treinador brasileiro trabalha com esse expediente. Sempre que é demitido, com recibo assinado de péssimo trabalho, variavelmente sai disparando para todos os lados.
Lembre-se: Muricy Ramalho fez isso no Fluminense, Luxemburgo fez no Palmeiras e Santos, Felipão agiu de tal forma no Palmeiras, Vagner Mancini desabafou após sair do Botafogo, Rene Simões mostrou defeitos no São Paulo e Mano destruiu o Flamengo.
Paralelamente a isso, lembramos que essa semana o italiano Carlo Ancelloti foi demitido do Real Madri, com números maravilhosos. Em duas temporadas foram 119 jogos, 89 vitórias, 14 empates e 16 derrotas, que resultam em um aproveitamento de 78,7%.
Fazendo um exercício de comparação, isso significa que NENHUM treinador Brasileiro tem aproveitamento igual ou melhor do que o italiano que foi demitido e saiu do clube sem uma reclamação sequer de sua demissão.
Sabe o que isso significa? Que talvez essa seja a resposta para nossos treinadores não conseguirem sucesso fora do Brasil e estarem sendo preteridos até aqui por argentinos, colombianos e uruguaios. Simples!
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