As escolhas
- Ricardo Moura
- 25 de mai. de 2015
- 2 min de leitura

Velhos amores são sempre a saída certa para momentos de aperto. Quem nunca procurou colo em braços antigos, em beijos já conhecidos e carinhos já experimentados.
Basta ter um momento qualquer de incerteza, de desilusão, que muita gente prefere fuçar a agenda telefônica e sacar aquele velho número, daquela pessoa que um dia foi especial, e tentar, ali, encontrar dias mais fáceis.
Não que isso seja errado. Velhos amores tem seus charmes e encantos, mas, como já foi dito certa vez, é melhor escalar o Monte Everest pela décima vez ou procurar novas montanhas para explorar? Escolher o roteiro que já conheceu em viagens passadas ou se arriscar em uma Cidade nunca antes visitada?
Guerrero e Robinho vivem isso este mês. Ambos precisam decidir o caminho de suas carreiras. O peruano, a que tudo indica, cansou da vida atual e deve se arriscar em um novo projeto. De malas prontas, deve desembarcar no Rio de Janeiro logo após a Copa América.

Já o Brasileiro parece ter medo. Robinho sempre foi culpado de suas mudanças, todas as escolhas que fez na carreira o deixaram mais longe se seu projeto inicial: Ser o melhor do Mundo!
Saiu do Santos, ainda novo, para uma aventura em um dos times mais duros de vencer. O Real Madrid não é lugar para principiantes. Lá, ou você mata ou morre. Robinho e Kaká não tiveram peito para matar.
Depois de muita briga, conseguiu ir para a Inglaterra. Não para o Chelsea, onde teria a proteção de Felipão, optando assim pela facilidade, mas sim para o Manchester City, outro time que possui 35 jogadores prontos para serem titulares. Mais uma vez preferiu guardar a faca e morrer, ao invés de matar.
Teve o poder de escolher um local no Brasil, pois os ingleses estavam cansado de sua má vontade. Na época, Flamengo, São Paulo e Corinthians queriam o “Rei das Pedaladas”. Mas, com medo de se arriscar mais uma vez, optou pela facilidade do Santos. Jogou bem e conseguiu uma vaga no Milan.
Na Itália teve bons momentos, mas longe do “Melhor do Mundo”. Sem dinheiro, os italianos aceitaram emprestá-lo novamente. Estados Unidos e Brasil eram os destinos mais prováveis. Em busca, mais uma vez, de tranqüilidade, Robinho optou por solo brasileiro e pela sua velha morada, o Santos.
Até o final deste mês Robinho tem uma nova escolha. Cabe ao jogador escolher onde encerrará a carreira ou fará um de seus últimos contratos. Robinho pode optar pelo Santos. Tem casa na Cidade, é “Rei” na região e é intocável no 11 titular. Se escolher pela paz e uma aposentadoria tranqüila, o futuro já está decidido.
Agora, se a gente ainda encontrar no olhar de Robson o brilho do menino que saiu do Santos em busca de ser o melhor do Mundo, a torcida santista tem que ficar preocupada. Um novo desafio, a saída do lugar comum e a vontade de vencer em outros lugares, pode fazer com que o jogador resolva ir para o Rio de Janeiro.
Se fosse Robinho, me arriscaria, não pelo Flamengo, mas pela minha carreira. Já Guerrero, parece ser igual o nome, e não abrirá mão de uma nova "guerra".

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